segunda-feira, 27 de abril de 2009

Um mundo ecologista

O texto "Um mundo nada respirável: a crítica ecológica à civilização urbano-industrial" e "Um caminho diferente, belo e possível: elementos do projeto social ecologista" tratam do homem e do meio ambiente. O primeiro trata da civilização urbano-industrial e como ela está fadada ao insucesso devido aos seus próprios mecanismos. Já o segundo, mostra formas alternativas de civilização, baseada em desenvolvimento sustentável, equidade e desenvolvimento humano.
O autor descreve a civilização urbano-industrial, baseada em consumo e lucros, como uma sociedade que está entrando em colapso. A intensa produção necessária para que o sistema continue funcionando, consome nossos recursos naturais numa velocidade sem precedentes, polui ar, água e solo, gera imensas quantidades de resíduos e o pior de tudo: gera desigualdade social, concentração de riquezas e uma sociedade comandada por aqueles que possuem essas riquezas.
Por esses motivos, o autor é contra a civilização urbano-industrial. Em seu texto ele aponta as diversas falhas desse sistema, nos fornece dados para mostrar como ele altera a qualidade do ar, água e solo, intensifica a desigualdade social e consome recursos rapidamente. Além de todos esses apontamentos, ele sugere um novo tipo de sociedade, baseada nos pilares ecológicos.
O grande objetivo dessa sociedade é conhecido como "crescimento ilimitado". Para alcançar isso, as empresas e grandes corporações não medem esforços. Não respeitam a qualidade de vida das pessoas, nem igualdade de recursos ou de renda. Esse modelo teve origem junto com o capitalismo, nos séculos XVIII e XIX, e o grande objetivo é manter as taxas de lucro.
Os métodos utilizados para isso incluem "obsolescência planejada" - em que a produção ocorre para que as pessoas comprem e descartem os produtos rapidamente, fazendo com que adquiram novos em pouco tempo - , "obsolescência cultural" - em uma sociedade de consumo, quem não consome como os outros é praticamente forçado a consumir, tanto pela imensa quantidade de propaganda, quanto pela influência de outras pessoas, dizendo que estamos "fora de moda" ou fora do padrão - e por fim, a "produção opulenta" - que é basicamente a produção voltada para as elites, que além de aumentar a desigualdade social, consome recursos que deveriam ser utilizados para o verdadeiro avanço coletivo. Para termos uma idéia, no Brasil, 20% das pessoas detém 70% da renda.
O "círculo infernal" é outro protagonista da economia do lucro. Este consiste da própria contraprodutividade do sistema. Por exemplo: o uso de pesticidas na agricultura e a poluição gerada por indústrias fazem com que pessoas adoeçam, alimentando assim a indústria farmacêutica. Este exemplo também ilustra a questão da distribuição dos custos sociais de produção, que consiste na ação das empresas que "jogam" seus custos para a população, que "pagam" pela perda da qualidade do ar, da água, do solo, de vida e muitas vezes do local em que vivem a gerações.
Por isso é dito que o pensamento ecológico é bastante materialista: "está mais preocupado com a ação concreta das estruturas sociais no mundo real do que com a maneira ideológica pela qual elas se auto definem politicamente".
O consumo exacerbado em alguns países já levaram teóricos a pensar que quanto maior a população, maior era o consumo. Mas análise de dados mostram que não é bem assim. Um cidadão nova-iorquino consome cerca de 340 vezes mais água do que um habitante do deserto do Saara. Ou seja, temos consumo desigual em todo o planeta, não sendo o controle de natalidade a principal solução, e sim parte integrante de um programa mais amplo de modificações nas estruturas sociais nacionais.
Outro fator importante, que é praticamente indissociável do atual modo de produção, é a dilapidação dos recursos naturais, inclusive os recursos livres como o ar e a água doce. Vejamos abaixo os principais recursos e como o homem tem atuado perante eles:
*OXIGÊNIO: tem as fontes destruídas e o consumo intensificado;
*CO2: produção intensificada, podendo gerar aquecimento global;
*ÁGUA: contaminação e desperdício nas reservas;
*SOLOS FÉRTEIS: perda pela expansão das áreas urbanizadas, crescimento da erosão, da mineralização, da desertificação e poluição devido ao manejo agrícola inadequado e pelo uso de agrotóxicos;
*ANIMAIS E VEGETAIS: redução no número de indivíduos vivos, podendo gerar desequilíbrio ecológico e acabando com milhões de anos de evolução natural;
*MINERAIS E COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS: estão sendo utilizados num ritmo que farão deles raros em pouquíssimas centenas de anos. Não podemos continuar dessa maneira, já que esses recursos são patrimônio comum não só dessa, mas de todas as gerações da humanidade.
Observamos que todos os recursos utilizados pelo homem estão sendo desperdiçados, poluídos e mal utilizados, podendo gerar consequências desastrosas. Gandhi sabia disso e proferiu a seguinte frase: "Os fins são os meios". Quando perguntado, após a independência da Índia, se seguiria o modelo de desenvolvimento inglês, ele disse: "Não. Se fôssemos utilizar o mesmo modelo em um país como o nosso, consumiríamos todos os recursos da Terra".
Saindo do personagem político, podemos observar na nossa sociedade uma personagem mais atuante e presente no nosso cotidiano: a poluição. A poluição pode ser definida como a "presença de substâncias ou efeitos físicos estranhos e um determinado ambiente, em quantidade tal que afete o seu equilíbrio, degradando a estrutura de sua composição e de seu funcionamento.
A poluição tem as causas ligadas a dois fatores:
*MISÉRIA: a ausência de saneamento e condições de vida e de trabalho gera poluição por meio de dejetos orgânicos e sujeira;
*OPULÊNCIA: a produção opulenta é causada pelas modernas indústrias, que produzem lixo e dejetos químicos para alimentar o consumo/desperdício das elites. Vejamos abaixo os tipos de poluição e a causa de cada uma delas:
*POLUIÇÃO DO AR: 40% da poluição das grandes cidades é devida a combustão em motores de carros, aviões e outros transportes. Temos também a combustão realizada pelas indústrias e a queima de lixo sólido, gerando CO2, CO, SO2 e NO3;
*POLUIÇÃO DA ÁGUA: a maior parte deste tipo de poluição provém de dejetos domésticos, da produção industrial e dos produtos químicos utilizados na agricultura. Além disso é liberado anualmente nos mares mais de um milhão de toneladas de petróleo, seja em acidentes com navios petroleiros ou pela limpeza dos mesmos, gerando sérios prejuízos ao sistema ecológico marinho;
*POLUIÇÃO DO SOLO: esse tipo de poluição tem como causas principais a utilização desenfreada de praguicidas e a poluição advinda de atividade como a extração, preparação e fundição de minérios e a poluição pelas cidades;
*POLUIÇÃO RADIOATIVA: tem origem devido a explosões atômicas experimentais, contaminação radioativa do ambiente devido às usinas e minas de urânio e do lixo atômico, subproduto do funcionamento de usinas.
Todos esses tipos de poluição contribuem para a perda da qualidade de vida de todos os seres vivos, contaminando ambientes, intoxicando e gerando doenças e no caso da poluição radiativa pode causar câncer, leucemia e mutações genéticas. Além destas, temos também outros tipos de poluição, como a térmica, sonora e visual, que colaboram para a diminuição da qualidade de vida dos seres vivos.
Observando a inviabilidade do atual sistema, novas idéias e propostas surgiram a partir da década de 70, Em 1972, tivemos a primeira conferência da ONU sobre o ambiente humano, realizado em Estocolmo, na Suécia. Tivemos também a publicação de "limites do crescimento", que fornecia dados sobre as reservas minerais e o aumento da população, mostrando a inviabilidade da continuação do atual modelo econômico de crescimento industrial.
Porém, foi outra publicação de 1972 que ficou marcada como uma das mais importantes: "Blueprint for Survival" (Plano para a sobrevivência). Esta foi a primeira obra que apresentava um programa completo e coerente no sentido de transformar o sistema social de forma a adequá-lo à realidade ecológica.
Outras propostas surgiram nos anos seguintes:
*DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA AMBIENTAL: a idéia básica dessa proposta é a criação de aparelhos antipoluição e de químicos descontaminantes. A idéia parece boa, mas segue a mesma lógica do sistema dominante, pois a fabricação desses aparelhos e químicos descontaminantes consumiria recursos naturais e se utilizariam de processos industriais para serem produzidos;
*CRESCIMENTO ZERO: esta proposta não sugere uma mudança nas relações de produção, mas sim sua estabilização no atual nível produtivo. Sobre essa proposta, o autor afirma que não seria viável, pois há apenas um retardamento do colapso ambiental;
*ECONOMIA DO ESTADO ESTACIONÁRIO: a idéia é o fim do crescimento. A
Sociedade deveria se limitar a produzir o padrão de bem-estar alcançado. Segundo esta proposta, os países industrializados do primeiro mundo já teriam alcançado o nível produtivo necessário, bastando ajustar suas instituições e economia segundo critérios cológicos. Já os países de terceiro mundo continuariam a crescer, no sentido de ultrapassar o estado de miséria material.
*ECODESENVOLVIMENTO: o grande mérito desta teoria está em deslocar o problema do aspecto puramente quantitativo, crescer ou não, para o exame da qualidade do crescimento.
Além destas propostas, Antônio Lago e José Augusto Pádua nos apresentam o projeto ecologista. De acordo com este projeto, uma modificação no impacto destrutivo da atual sociedade sobre o meio ambiente só poderia ser conseguida de forma profunda e duradoura, a partir de um amplo processo de descentralização econômica, do poder e do espaço social.
A descentralização é um dos aspectos mais relevantes do projeto ecológico, pois grande estruturas sócio-econômica facilitam a concentração do poder, o controle hegemônico sobre os rumos da produção e da sociedade e conduzem à perda crescente de poder político de decisão para os cidadãos comuns.
No entanto, o crescimento de novos organismos da sociedade civil em diversos países tem sido um fenômeno cada vez mais comum. É o poder dos cidadãos organizados e conscientes, que querem influir diretamente nas questões que dizem respeito às suas vidas.
Incluem-se na proposta ecologista a democracia direta, autonomia, convivencialidade e controle social sobre a qualidade de vida e a integridade do ambiente. É essencial que as estruturas políticas, sócio-econômicas e culturais sejam descentralizadas e estabelecidas em escala humana (regiões mais autônomas e auto-suficientes). O ecologismo pensa numa nova política industrial, que incentivasse formas alternativas de tecnologia e organização do trabalho, criando indústrias que se integrem de forma não poluente e não agressiva ao meio ambiente. Outro ponto importante seria a produção baseada em cooperativismo e na autogestão.
Para que isso aconteça seriam necessárias algumas medidas:
*adoção de tecnologias alternativas, suaves e ecologicamente equilibradas. Além de técnicas de agricultura orgânica, de medicina natural e de ecoarquitetura;
*adoção de uma política de proteção ambiental, que assegurasse a viabilidade ecológica da nova sociedade descentralizada. Para isso teríamos que adotar medidas de proteção dos ecossistemas naturais, da vida silvestre, racionalização do uso das reservas minerais, controle rigoroso da poluição industrial, controle da poluição gerada por esgotos urbanos e veículos automotores, reciclagem do lixo, controle na qualidade dos produtos, incentivo ao reflorestamento e melhoria radical no ambiente das grandes cidades;
*observar a questão cultural é outro ponto muito importante. Deve haver garantia do espaço para as minorias étnicas, religiosas, políticas e sexuais, a democratização e desmonopolização dos meios de comunicação e valorização dos direitos da mulher;
*essência de uma sociedade ecologista: simplificação e a redução nos gastos materiais, intensificação da criatividade cultural, conhecimento, saúde e felicidade. Trabalhar menos e viver melhor. Viver plenamente, igualitariamente e não agressiva com relação a natureza. Rompimento com a ideologia quantitativista do crescimento ilimitado. Opção por uma sociedade onde os homens não seriam mais escravos da produção, mas sim produziriam para viver, viver muito, viver bem, viver em paz e harmonia com a natureza.
Estes são os principais pontos do texto de Antônio Lago e José Augusto Pádua. Os textos "Um mundo nada respirável: a crítica ecológica à civilização urbano-industrial" e "Um caminho diferente, belo e possível: elementos do projeto social ecologista" estão presentes no livro “ O que é ecologia”.
As idéias centrais do texto, de consumo exacerbado, poluição de todas as naturezas e consumo maciço de recursos também é tema de um vídeo produzido pela Fundação Tides Grupo de trabalho Funder para a produção sustentável e consumo, intitulado “The Story Of Stuff” (A história das coisas). Neste vídeo também são apresentados dados relevantes sobre o consumismo e a poluição gerada pela atual sociedade urbano-industrial. Temos também neste vídeo a importância da “seta dourada do consumo” e de como os atuais governantes se curvam perante às grandes corporações e seus interesses.
Uma das partes mais interessantes diz respeito ao ex-presidente americano Geroge W. Bush, que após os ataques de 11/09 disse em rede nacional: “ Go shop!”, ao invés de “rezem”, ou “tenham fé”, ou até mesmo “se unam”. Mostrando como o consumismo e os interesses das grandes corporações estão a frente dos interesses da população.
Apesar de ser um bom vídeo, ele funciona mais como material para conscientização. Já o texto de Antônio Lago e José Augusto Pádua, além de ótimo material de conscientização, funciona também como material de divulgação científica, contendo dados contundentes sobre a poluição e o consumo de recursos naturais, além de mostrar o projeto ecologista, suas bases e os meios pra que consigamos atingi-lo.
Os autores tratam dos temas por meio de uma linguagem simples e de fácil acesso, mas ainda utilizam, por exemplo, siglas como PNB (produto nacional bruto), ao invés do atual PIB (produto interno bruto). Apresentam ainda, alguns dados que fazem com que o texto fique mais interessante. No entanto, alguns destes dados são mais antigos, fazendo com quem o leitor tenha que buscar outras fontes para obter informações mais recentes. Dados que podem evidenciar traços de crescimento do consumo de recursos naturais e dos atuais níveis de poluição.
Portanto, é de suma importância a não manutenção da sociedade urbano-industrial. Temos o consumo como principal mecanismo de funcionamento dos atuais sistemas políticos, e isso não pode continuar. Devemos estar atentos ao consumo exacerbado de países como os Estados Unidos e Japão, além do nosso próprio país, é claro, e também atentar aos altos níveis de poluição que diminuem a qualidade de vida de todos os seres vivos.
Também temos que ficar atentos com a ação das grandes indústrias. Que geram enorme quantidade de poluentes, tentam controlar a população por métodos como a obsolescência planejada, cultural, e monopólio do mercado. Podemos reduzir estas ações, escolhendo produtos que são produzidos de forma não ofensiva ao meio ambiente e que não fortaleçam grandes corporações.
O interessante, é notar que a grande maioria das ações necessárias para que o ideal ecologista se concretize, podem partir de ações individuais. É ação individual com pensamento global, ou seja, nossas próprias atitudes podem mudar o futuro do nosso planeta.
Mãos a obra!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Trabalho de Divulgação Científica para crianças.


Errar não é humano

Imagine se a gente conseguisse saber quando vamos errar. Antes de pisar no pé de algum colega ou antes de deixar cair um copo no chão, nosso cérebro já saberia que isso ia acontecer. Você acha isso impossível?
Não é o que pensam alguns cientistas da Universidade da Califórnia, que conseguiram detectar sinais elétricos no cérebro um segundo antes dele cometer um erro. Os pesquisadores utilizaram uma máquina no cérebro de 14 pessoas e fizeram testes com números. Apareciam números de 1 a 9 na tela a cada dois segundos. As pessoas tinham que apertarum botão sempre que um número aparecia, menos o 5.
Quando as pessoas erravam, a máquina registrava maior atividade em uma parte do cérebro chamada de occipital. De acordo com os cientistas, quando essa parte está mais ativa, temos uma maior chance de errar.
Essa descoberta pode ser considerada boa para os seres humanos, pois podemos estudar e monitorar cérebros de pilotos de avião por exemplo, emitindo um alerta caso a região occipital esteja muito ativa, podendo evitar acidentes aéreos.
Você consegue imaginar um mundo sem erros?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Tudo tem um começo.

Já tive blog algumas vezes, mas nunca tive uma idéia clara do que postar. Já falei sobre diversas coisas, temas dos mais variados como seriados de Tv, futebol, viagens, etc.
Dou início hoje a uma nova era. A era ambiental. Colocarei aqui alguns trabalhos acadêmicos e algumas opiniões sobre temas atuais e relevantes; a fim de gerar discussões e opiniões sobre todas as áreas do conhecimento humano.
Novas postagens em breve.